Carros PCD Elétricos vs Híbridos: Qual Vale Mais a Pena?
O mercado de carros elétricos e híbridos no Brasil está em franca expansão, trazendo novas opções para o público PCD (Pessoa com Deficiência).
Dados da Associação Brasileira de Veículos Elétricos (ABVE), por exemplo, revelam que só em agosto de 2024 mais de 14 mil unidades elétricas leves foram comercializadas no Brasil, sendo os híbridos, que incluem bateria com outras tecnologias, 34% deles.
Com isenções fiscais e uma crescente oferta desses modelos, a dúvida sobre qual tipo de carro vale mais a pena tem se tornado cada vez mais comum. Por isso, para ajudar nessa decisão, analisamos por aqui os principais aspectos que envolvem esses veículos, principalmente quando o assunto é a acessibilidade. Compare!
Economia de combustível: carros elétricos vs híbridos para PCD
Segundo muitos especialistas em carros, os veículos elétricos oferecem uma economia bem interessante em termos de consumo, uma vez que dispensam completamente o uso de combustível fóssil.
No dia a dia, isso se traduz em uma grande vantagem financeira, especialmente para as PCDs que rodam por longas distâncias urbanas. Mesmo modelos com menor autonomia, que ficam em torno de 200 km por carga, por exemplo, atendem às necessidades de uso urbano sem necessidade de recargas frequentes.
Por outro lado, os carros híbridos combinavam o uso de um motor elétrico com um motor a combustão.
Embora proporcionem uma redução significativa no consumo de combustível, especialmente em situações como arrancadas e trânsito pesado, eles ainda dependem de gasolina ou etanol, o que impacta na economia total.
Os híbridos tradicionais, por exemplo, conseguem economizar bastante combustível nas áreas urbanas, mas têm uma autonomia elétrica muito limitada, geralmente abaixo de 5 km.
Já os híbridos plug-in, com baterias maiores, permitem rodar até 60 km apenas no modo elétrico, o que pode ser interessante para quem faz trajetos curtos.
Custo de manutenção: qual opção é mais vantajosa?
Quando o assunto é manutenção, os veículos elétricos levam uma clara vantagem para o PCD público. Por terem menos peças móveis, a chance de problemas mecânicos é mínima, o que é um fator importante para quem precisa de um veículo confiável e que dê menos problema.
Na visão de Alessandro Fernandes, especialista do Canal Blog do Cadeirante, a principal vantagem do veículo elétrico neste caso é a manutenção melhor.
“Um carro de pessoa com deficiência tem que dar o menor número possível de defeitos. Se o carro estraga com a gente, no meio do trânsito, a gente não pode simplesmente descer do carro. Então o carro elétrico tem essa vantagem de ter menos peça para dar trabalho” comenta Fernandes.
Além disso, o desgaste de componentes como freios também acaba menor em carros elétricos, assim como a ausência de um motor a combustão que elimina a necessidade de trocas de óleo, por exemplo. Isso resulta em menor custo de manutenção ao longo da vida útil do veículo.
Já os híbridos, por terem dois sistemas de propulsão (elétrico e combustão), acabam exigindo mais cuidados.
A combinação desses sistemas traz uma complexidade maior, o que pode aumentar os custos de manutenção, especialmente quando o veículo começa a envelhecer. Ainda assim, os híbridos têm a vantagem de permitir mais flexibilidade de uso, já que não dependem exclusivamente da infraestrutura de recarga.
Impacto ambiental e benefícios fiscais: o que considerar?
Em termos de impacto ambiental, os carros elétricos acabam como a escolha mais sustentável do que carros PCD Híbridos. Como não emitem poluentes durante o uso, eles acaba direcionados diretamente para a redução das emissões de gases do efeito estufa.
Para as pessoas com deficiência que optam por esses veículos, há também a possibilidade de benefícios fiscais, como a isenção de IPI e IPVA, que podem ser significativos. No entanto, o alto custo inicial de muitos modelos ainda é uma barreira.
A boa notícia é que essa realidade está mudando com a chegada de marcas como BYD e GWM, que já estão montando fábricas no Brasil.
“Com a chegada dos chineses e a queda do valor de outros veículos, já temos vários veículos elétricos importados dentro do limite de isenção de IPI e é possível que veículos importados tenham direito a essa isenção” comenta Fernandes.
Os veículos híbridos, embora mais eficientes do que os modelos tradicionais de combustão, ainda emitem substâncias poluentes, pois contêm combustíveis fósseis para parte de sua operação.
No entanto, também se beneficia de incentivos fiscais, o que torna essa categoria uma opção atraente, especialmente para quem busca uma solução integrada entre o desempenho ambiental e a flexibilidade de uso.
Híbridos nacionais, como os da Toyota, já estão disponíveis no mercado, embora muitos ainda ultrapassem o teto de R$ 200 mil para isenção de IPI.
Infraestrutura e praticidade: desafios e vantagens de cada tipo
Por fim, vale comentar que outra questão importante e bastante discutida na comunidade quando se fala em carros PCD elétricos e híbridos são os locais de carregamento.
A infraestrutura de recarga ainda é um ponto que precisa ser levado em consideração ao escolher por um totalmente a bateria.
Nos grandes centros urbanos, por exemplo, a disponibilidade de pontos de recarga está crescendo, segundo a ABVE, assim como a instalação de pontos de recarga dentro de residências, o que facilita o carregamento doméstico.
No entanto, em cidades menores ou áreas afastadas, a falta de pontos de recarga pode ser um problema. Além disso, a própria operação de carregamento pode trazer desafios, segundo Fernandes.
Entre os exemplos citados por ele está a altura dos carregadores ou o peso dos cabos, especialmente em pontos de recarga ultrarrápidos.
Por outro lado, os veículos híbridos têm a vantagem de não dependerem exclusivamente da infraestrutura de recarga. Isso os torna uma opção mais prática para viagens longas ou para quem mora em áreas com menos opções de carregamento.
Isso faz com que, em termos de praticidade, os híbridos ofereçam mais flexibilidade, especialmente para PCDs que necessitam de um veículo para uso em diferentes tipos de trajetos.
Já em termos de adaptação e praticidade, Fernandes comenta que carros elétricos oferecem vantagens significativas para PCD.
“A plataforma do carro totalmente elétrico é totalmente plana. Eles não têm aquele túnel central. Então para você implantar adaptações neste tipo de carro é muito mais fácil. […] Carros elétricos em geral têm entre eixos maiores, você vê que até os hats elétricos aí tem entre eixos iguais ou semelhantes de sedãs médios. Então, entre eixos maiores, significam portas maiores. São carros mais fáceis de transferir” finaliza ele.