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Por que carros mais velhos são os alvos de ladrões no Brasil, em 2025?

Entenda por que casos de furtos e roubos de carros mais velhos ainda acontecem com frequência em cidades brasileiras em 2025.


Os carros mais velhos têm se tornado o foco de roubos e furtos no Brasil, e as razões para isso vão além de simples questões de valor de mercado.

Modelos populares e com mais de 10 anos de uso continuam a circular pelas ruas brasileiras, enquanto os criminosos têm encontrado neles uma oportunidade para lucrar com o mercado ilegal de peças. Mas o que torna esses carros tão atraentes para os ladrões?

A crescente demanda por peças de reposição

Carros mais antigos, como o Fiat Palio, Gol e Corsa, continuam sendo populares em muitas cidades brasileiras, principalmente pela sua economia e pela resistência de suas mecânicas.

Gol continua sendo um carro popular nas ruas brasileiras. Foto: Divulgação

No entanto, à medida que esses modelos envelhecem, as peças de reposição se tornam escassas, o que aumenta a procura por itens usados.

Retrovisores, faróis, rodas e módulos eletrônicos são alguns dos componentes mais visados por criminosos, alimentando um mercado clandestino de peças que movimenta milhões.

Veículos mais antigos têm um apelo especial, não apenas por sua popularidade, mas porque muitas dessas peças não são mais fabricadas e têm custo elevado para reposição.

Ao mesmo tempo, o preço de carros novos, em ascensão devido à inflação, torna o mercado de carros usados e peças de segunda mão mais atrativo para os donos desses veículos. Como resultado, carros mais velhos acabam sendo os alvos preferidos, já que o retorno financeiro no mercado paralelo é alto e rápido.

Falta de tecnologia antifurto facilita os furtos de carros mais velhos

Outro fator importante que torna os carros mais antigos alvos fáceis para os ladrões é a ausência de sistemas modernos de segurança.

Muitos modelos não contam com alarmes, rastreadores, imobilizadores eletrônicos ou sistemas de travamento com chip, tecnologias comuns nos carros mais novos. Isso significa que os ladrões podem roubar esses carros com facilidade, muitas vezes sem precisar de equipamentos sofisticados.

Além disso, muitos carros antigos podem ser ligados com simples ferramentas, como uma chave de fenda ou até mesmo um arame, o que torna o furto um crime de baixo risco e rápido de realizar.

A falta de tecnologia antifurto e os sistemas de segurança rudimentares aumentam as chances de sucesso para os criminosos, o que contribui diretamente para o aumento dessa prática no Brasil.

O mercado negro de peças e a alta rotatividade

Quando falamos de carros mais velhos sendo furtados, um ponto fundamental é o mercado ilegal de peças. Esses carros, uma vez roubados, são frequentemente desmanchados em locais clandestinos, como ferros-velhos ilegais e desmanches informais.

As peças são revendidas a uma velocidade impressionante, muitas vezes em menos de 24 horas, sem qualquer controle de origem. O valor das peças pode ser tão alto quanto o próprio carro, o que motiva ainda mais os furtos.

No Brasil, muitos consumidores optam por peças de reposição usadas devido ao preço mais baixo, sem se importar com a procedência. Esse comportamento cria um ciclo vicioso, alimentando ainda mais o mercado paralelo e incentivando os furtos.

Outro fator que tem atraído criminosos para os carros mais velhos é o crescente mercado de carros clássicos. O aumento da popularidade desses carros, juntamente com a escassez de peças originais e a crescente valorização no mercado, também acaba atraindo mais furtos.

Frota envelhecida e falta de fiscalização

Segundo dados do Sindipeças, a idade média da frota brasileira é de aproximadamente 11 anos, o que indica que há muitos carros mais velhos circulando pelas ruas. Frota envelhecida significa maior demanda por peças e, consequentemente, mais furtos.

Esse fenômeno se agrava pela falta de fiscalização efetiva sobre os desmanches ilegais, com várias regiões do Brasil ainda carecendo de uma fiscalização rigorosa para combater essas práticas criminosas.

Jornalista, ex-repórter do Jornal e Canal "O Repórter" e ator profissional licenciado pelo SATED/PR. Ligado em questões políticas e sociais, busca na arte e na comunicação maneiras de lidar com o incômodo mundo fora da caverna.